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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Sem vaga na UTI, 177 pacientes morreram em hospital do PI em julho

Dados foram repassados para o CRM

A falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no HUT (Hospital de Urgência de Teresina), referência pública em urgência e emergência no Piauí, pode ter contribuído para a morte de 177 pacientes que deram entrada na unidade de saúde em estado grave no mês de julho.

Os dados da Sotipi (Sociedade de Terapia Intensiva do Piauí), que faz parte da Amib (Associação Brasileira de Medicina Intensiva) foram repassados para o CRM (Conselho Regional de Medicina) do Piauí na última semana.

Segundo o presidente da Sotipi, Kelson Veras, que é médico intensivista no HUT, tem dias que são registradas pelo menos 10 mortes de pacientes que precisavam de tratamento intensivo e estavam no setor de emergência do HUT, que tem apenas leitos comuns.

``A taxa de mortalidade na UTI é insignificante se comparada a do setor de emergência, pois lá conseguimos salvar o paciente em estado grave. Já no setor de emergência, como são leitos comuns, muitos pacientes que estão inconscientes morrem engasgados com a própria saliva ou sufocados com a língua por não estarem entubados. Isso não aconteceria se eles estivessem em UTI``, disse o médico, que é presidente da regional da Amib no Piauí.

Segundo a Sotipi e o CRM, atualmente o HUT possui 36 leitos de UTI, sendo 26 de UTI adulto e 10 de UTI pediátrica. A Sotipi estima que para atender a demanda de pacientes graves no HUT deveriam ser implantados pelo menos 40 leitos de UTI.

``Desde 2011 que estamos indicando que a quantidade de leitos de UTI é insuficiente, mas não foi aberto nenhum leito novo até agora``, disse Veras.

Outro lado

A Fundação Hospitalar de Teresina, que mantém o HUT, informou que está investindo na implantação de 20 novos leitos, ainda em fase de licitação.

A fundação admitiu que o número de leitos de UTI é insuficiente para atender a demanda, mas negou que não houve investimento de novos leitos desde 2011. Segundo a fundação, em janeiro de 2013 o hospital recebeu investimentos ``ampliando para 44 leitos, sendo 34 de UTI adulto e 10 leitos pediátricos``.

``Esse número seria suficiente se fosse apenas para Teresina, entretanto, o HUT recebe a todo momento de maneira desordenada, sem nenhum tipo de regulação, pacientes de todo o Piauí e de metade do Maranhão. Esse grande volume de doentes graves supera a capacidade do hospital, sendo, portanto, necessário que outros hospitais públicos disponibilizem mais leitos para resolver o problema``, afirma a fundação.

A fundação destacou ainda que o número de leitos atuais corresponde a cerca de 16,5% da capacidade do hospital, acima dos 6% recomendados pelo Ministério da Saúde, segundo a fundação.

O HUT tem 289 leitos comuns e a média de atendimento mensal é de cerca de 4 mil pessoas.

Fonte: UOL / Aliny Gama