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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Menina de 5 anos recebe medicamento na veia e falece em seguida

Hospital lamenta ocorrido e diz que substância é de uso rotineiro

``Ela começou a chorar, queria ir para casa. Eu falei que iria levá-la, mas não deu tempo``, lembra, emocionada, Alessandra Barbosa da Silva, de 35 anos, mãe de Samilla Barbosa de Oliveira, de 5 anos, que morreu no último sábado (23) na Santa Casa de Cassilândia, distante 437 quilômetros de Campo Grande, após receber medicação na veia.

O hospital encaminhou uma nota oficial lamentando o ocorrido. Segundo a unidade, os medicamentos utilizados são de uso rotineiro pelos hospitais e a dose administrada estava dentro da recomendada em função do quadro clínico da paciente. Os frascos foram entregues à polícia. As demais unidades do mesmo lote foram usadas no fim de semana. A administração da Santa Casa abriu procedimento para apurar o ocorrido.

De acordo com a esteticista, a filha reclamou de dor de garganta na quinta-feira (21), tomou remédios em casa e na sexta-feira (22) à noite vomitou, sentiu dores no abdômen, dificuldade de respiração e foi levada para o hospital. Ela foi atendida pelo médico plantonista e os exames, conforme Alessandra, indicaram alteração e irritação na garganta.

No sábado, ainda na unidade de saúde, a menina foi atendida por pediatra, que receitou antibiótico. Segundo Alessandra, a filha não tinha febre e, antes de passar pelo especialista, comeu bolachas, chá de canela e pão de queijo.

Conforme Alessandra, quando o médico disse que a menina precisaria ficar mais dois ou três dias no hospital, Samilla pediu para ir para casa.

``Eu ia até assinar o termo de responsabilidade e levar ela para casa``. Logo após ter o medicamento aplicado na veia, conta a mãe, a criança morreu. ``Ela estava no meu colo. Virou o olhinho, ficou amarela``, lembra Alessandra. A criança foi levada para o setor de urgência, onde foi tentada a reanimação, mas ela não resistiu.

A família registrou boletim de ocorrência e o caso é investigado como morte a esclarecer. O delegado responsável, Alexandro Mendes de Araújo, explicou ao G1 que serão chamados para prestar depoimentos funcionários do hospital que estavam de plantão na sexta-feira e no sábado, inclusive os médicos, testemunhas e familiares da criança.

Veja, na íntegra, a nota da Santa Casa de Cassilândia

A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Cassilândia, representada por seu provedor, Sílvio Barbosa de Queiroz, vem a público prestar os esclarecimentos preliminares a respeito do falecimento de uma criança no dia 23 do corrente mês, após a administração de um medicamento antibiótico diante de um quadro infeccioso, constatado por exame laboratorial.

Nós, membros da provedoria, médicos, enfermeiros e funcionários do hospital lamentamos profundamente o ocorrido.

É preciso esclarecer que os medicamentos utilizados são de uso rotineiro pelos hospitais, e foram administrados dentro das doses recomendadas ao quadro clínico.

Além disso, o atendimento foi realizado de imediato por uma equipe composta por três médicos, conjuntamente aos enfermeiros, os quais se esforçaram ao máximo para salvar a vida da criança.

A causa da morte está sendo investigada pela Polícia a pedido da própria equipe médica, que juntamente com a Secretária Municipal de Saúde, prontamente solicitaram a abertura de um boletim de ocorrência e a realização de um exame de necropsia. Os fatos também estão sendo apurados pela própria administração da Santa Casa.

Os frascos dos medicamentos utilizados foram entregues à Polícia Civil, para posterior análise. Os frascos restantes do mesmo lote foram utilizados durante o final de semana. O lote atual é de outro fabricante.

Mais uma vez, registramos nosso pesar e prestamos nossa solidariedade e apoio aos familiares.

Cassilândia, 25 de agosto de 2014

Fonte: Nadyenka Castro - G1