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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Anvisa pode liberar componente da maconha para terapia

Canabidiol, um dos 80 princípios ativos da droga, pode entrar em lista de substâncias permitidas

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda retirar o canabidiol (CBD), um dos 80 princípios ativos da maconha, da lista F1, de substâncias proibidas no país, e colocá-lo na lista C1, de medicamentos permitidos, mas sujeitos a controle.

O anúncio foi feito nesta quinta (15) por Luiz Klassmann, diretor-adjunto da agência, durante o 4º Simpósio Internacional de Cannabis Medicinal.

Segundo a Anvisa, a proposta ainda precisa ser votada pelos diretores. Dirceu Barbano, diretor-presidente da Anvisa, disse que há uma recomendação da área técnica para classificar o produto como C1, mas os diretores vão avaliar o melhor enquadramento para a substância.

``Não queremos contaminar essa discussão com a liberação ou não da maconha. Estamos buscando uma forma de viabilizar [o uso] quando tiver fundamento.``

Se a mudança for feita, deverá ter impactos na importação, na prescrição e no registro de medicamentos.

Hoje, há dúvidas de médicos sobre se é possível prescrever a substância. Além disso, as importações de remédios com a substância podem ser facilitadas, já que hoje são tidas como uma exceção, demandando decisão judicial ou autorização da Anvisa.

Em nota, o Conselho Federal de Medicina informa que atualmente realiza discussões sobre medicamentos com compostos da maconha e deve enviar parecer à comissão que avalia o reconhecimento de novos tratamentos.

Um estudo de revisão publicado pela USP de Ribeirão Preto em 2011 no ``Current Drug Safety`` analisou 119 estudos feitos com canabidiol em humanos. Segundo o estudo, a droga é segura mesmo em doses mais altas.

``Temos um preceito aqui na USP de experimentar primeiro qualquer composto dado a pessoas saudáveis``, diz José Alexandre Crippa, psiquiatra da USP. ``Eu já tomei 600 mg de canabidiol e não senti nada``, diz. ``Posso dizer que o composto é seguro.``

A USP de Ribeirão Preto estuda o canabidiol desde os anos 1970. Em humanos, a droga já foi testada, com efeitos benéficos, para mal de Parkinson, distúrbios de sono, transtornos de ansiedade e esquizofrenia. E, em ratos, houve resultados para epilepsia e transtorno de estresse pós-traumático.

O CBD ganhou notoriedade no país após a família de Anny Fischer, 5, que sofre de uma forma grave de epilepsia, fazer campanha nacional para importar o medicamento. A família trazia o composto de forma ilegal dos EUA.

Com um laudo médico da USP de Ribeirão Preto, que apontava os efeitos benéficos da droga à criança, entretanto, Anny conseguiu na Justiça o direito de importar e usar o canabidiol. A Anvisa auxiliou a família no processo de importação da droga, que chegou no começo do mês.

Antes do canabidiol, Anny tinha até 80 convulsões por semana e não se alimentava. Segundo a família, hoje ela tem duas crises por mês.

Fonte: Folha de S.Paulo