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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Tecnologias vestíveis podem prevenir erros na saúde?

Hospitais e organizações de saúde podem ganhar vantagem competitiva significativa com aparelhos vestíveis

Tecnologias vestíveis – aparelhos como o Google Glass, ou smartwatches como o Gear – são uma tendência empolgante na área de consumo. Nós podemos imaginar, num futuro próximo, esse tipo de tecnologia se tornando uma ferramenta útil no ambiente de trabalho, especialmente num dos setores mais conservadores, como a saúde. Se implementada corretamente, ela pode reduzir o risco dos efeitos do cansaço de equipes de enfermagem, melhorar a satisfação do paciente, a produtividade das equipes e até contribuir para elevar os níveis de qualidade de atendimento.

Tecnologias vestíveis em ação
Tudo isso soa muito futurístico? Muitos especialistas acreditam que esse cenário pode estar mais perto do que você imagina, e que ele irá ajudar a superar algumas das maiores barreiras na área.

Por exemplo, considere a exaustão dos enfermeiros. Uma pesquisa recente mostrou que o cansaço dessas equipes é presente no mercado e, se não monitorado, pode ter um impacto negativo na qualidade do atendimento e na satisfação tanto do paciente quanto do empregado — podendo até ocasionar aumento nos custos operacionais. Entre os respondentes, 69% reportaram que o cansaço foi responsável pela preocupação excessiva sobre sua capacidade de atender durante horas de trabalho. Até mais alarmante que isso, quase 65% dos participantes da pesquisa disseram que quase cometeram erros por conta disso, e mais de 27% reconheceram que erraram porque estavam cansados demais.

Claramente o cansaço dos enfermeiros é um problema, ainda que muitos hospitais e organizações de saúde lutam para resolvê-lo. A tecnologia vestível então, pode apresentar uma solução.

Imagine se os enfermeiros usassem braceletes ou sensores em seus uniformes que monitorassem seus sinais vitais críticos. Os gerentes poderiam ver em tempo real a “saúde” geral de sua equipe, e mais importante, ter insights sobre seus níveis de cansaço. Se um enfermeiro ficar muito cansado, medido pelos níveis caindo significativamente, o gestor poderia receber um alerta, de modo a determinar o melhor modo de agir. Desde aumentar o período de descanso, ou enviá-lo mais cedo para casa e notificar um substituto, com apenas alguns cliques em seu dispositivo vestível.

Ainda melhor, tudo isso pode ser feito a tempo de agir antes que o enfermeiro se canse demais, um fator crítico para evitar incidentes relacionados ao cansaço.

O futuro começa agora
Muitos especialistas acreditam que a tecnologia vestível será escalável no ambiente corporativo, com impacto potencial significativo na economia. Hoje, os vestíveis são avanços importantes em diferentes setores como reconhecimento de voz, biometria, comunicações, entre outros. Além disso, algumas pesquisas indicam que smartwatches e outros aparelhos podem representar receita de US$ 50 bilhões em 2017.

E a indústria de saúde é especialmente um bom mercado para eles. Considere os seguintes exemplos:

Decisões e atendimento mais rápidos. Um gerente de enfermaria pode receber um alerta em seu relógio dizendo que o pronto socorro está prestes a receber um alto número de pacientes com traumatismo. O gestor pode, então, reagir rapidamente buscando especialistas a essa demanda, disponibilizando-os para atender os casos.

Rastrear funcionários e melhorar qualidade de atendimento. Hospitais e organizações de saúde também podem monitorar a localização de uma equipe específica para melhor direcioná-la no atendimento a casos urgentes – em tempo real, aumentando a qualidade do atendimento e a experiência do paciente no geral.

Melhorar o compartilhamento de informação. Ao disponibilizar acesso mais rápido e fácil a dados críticos, a tecnologia vestível pode revolucionar o compartilhamento de informações entre provedores de saúde e os pacientes, bem como as decisões tomadas sobre a saúde de cada um deles.

Com exemplos como esses, alguns especialistas acreditam que tecnologias vestíveis serão adotadas primeiro no ambiente corporativo, e não por consumidores, contrariando a empolgação das pessoas a cada lançamento. Ainda que as organizações de saúde devem tomar cuidado para evitar a percepção de que eles estão invadindo a privacidade dos pacientes e funcionários.

Os funcionários, na verdade, podem até estar mais receptivos à ideal. Afinal de contas, o conceito de tecnologia vestível já existe. Crachás, aparelhos que rastreiam equipamentos médicos, tablets corporativos e aplicativos são exemplos tecnológicos de que a saúde já aceitou que a tecnologia é parte de seu trabalho diário. Se os colaboradores começarem a ter reais benefícios usando a tecnologia vestível no trabalho, como produtividade ou reconhecimento especial dos gestores, eles irão continuar a abraçar a ideia.

Criar vantagem competitiva
Tecnologias vestíveis chegaram claramente para ficar. A tecnologia irá melhorar ainda mais e se tornar ainda mais presente nos próximos anos. Hospitais e organizações de saúde devem ser sábias o bastante para pesquisar como isso pode ser usado estrategicamente para melhorar o cuidado ao paciente e também o trabalho de seus times.

*Por Susan Reese, da InformationWeek USA

Fonte: SaúdeWeb