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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Auditorias encontram falhas de registo e diagnóstico que chegam aos 70% nos centros de saúde

Falhas em diagnósticos de doenças como a diabetes ou na prescrição foram alguns dos problemas encontrados. Mas em muitos casos o problema estava na informação não ser colocada nos sistemas informáticos.

As 107 auditorias feitas em 2013 aos centros de saúde e hospitais pela Ordem dos Médicos em parceria com a Direcção-Geral da Saúde, para perceber se as normas clínicas feitas por grupos de especialistas estavam a ser bem aplicadas no terreno, permitiram perceber que no caso dos cuidados de saúde primários o incumprimento chega aos 70%.

Falhas nos registos, nos diagnósticos de doenças como a diabetes, prescrição da medicação que não é a mais adequada e o mesmo exame pedido várias vezes por especialistas diferentes foram os erros mais comuns, de acordo com as conclusões divulgadas nesta segunda-feira pelo Diário de Notícias.

As chamadas normas de orientação clínica, que foram também uma das exigências da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) para uniformizar a prestação de cuidados de saúde entre as várias unidades em Portugal, já são mais de 100. Porém, só 19 podem ainda ser alvo de auditorias, por serem as que estão validadas por uma comissão científica. Foram escolhidas cinco e dentro destas a taxa de cumprimento numa avaliação inicial foi de 21% nos centros de saúde e 53% nos hospitais.

O presidente do Conselho Nacional de Auditoria e Qualidade da Ordem dos Médicos, Álvaro Beleza explicou, ao mesmo jornal, que por o facto de muitas das normas serem novas se espera que as melhorias nas próximas acções sejam significativas. Além disso, alerta que em muitos casos alguns dos problemas encontrados se ficaram a dever a maus registos. Aliás, após o contraditório das instituições a média de cumprimento foi revista para 68%.

Por exemplo, o médico até sabia que um determinado doente tinha diabetes mas isso não estava no sistema informático ou um determinado procedimento tinha sido realizado mas não inserido no sistema. “Faltam histórias clínicas e procedimentos terapêuticos, mesmo nos casos em que a resposta tenha sido adequada. Mas aqui falamos de serviços que não cumprem, as auditorias não são a médicos”, frisou Álvaro Beleza ao Diário de Notícias.

Noutros casos houve mesmo falhas em que mesmo perante duas análises seguidas com 116 de glicémia a doença continuava por diagnosticar ou em que um doente com problemas renais recebeu para a diabetes um medicamento que nestes casos deve ser evitado. Algumas situações têm, porém, também explicação na falta de médicos nos centros de saúde, uma vez que os doentes vão às instituições nos casos agudos a uma consulta de recurso e sendo vistos de urgência acabam por não voltar.

Fonte: www.publico.pt