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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Seguro-viagem nega transferência, e brasileira com tumor é operada no Peru

Apesar de ter contratado um seguro de viagem, a brasileira Natália Duffles teve que passar por uma cirurgia de emergência em Cuzco, no Peru, ao invés de ser transferida para o Brasil. A arquiteta de 32 anos teve um mal-estar acompanhado de fortes dores de cabeça e vômito enquanto viajava sozinha pelo país e foi diagnosticada com o tumor no cérebro.

Ela foi internada no Hospital Mac Salud, em Cuzco, no dia 6, e os médicos peruanos diagnosticaram o problema. Na última quinta-feira (12), ela precisou passar por uma cirurgia de emergência porque a assistência médica do cartão de crédito Visa Platinum não autorizou sua transferência para o Rio de Janeiro antes que ficasse comprovada a inexistência da doença antes da viagem, segundo contou sua família.

A família de Natália só foi localizada pela embaixada brasileira no Peru dois dias depois da internação, por meio de mensagens no Facebook. Quando os parentes acionaram o seguro, o drama se intensificou. A ideia era utilizar uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) aérea, serviço que estava no contrato com o Visa Platinum, para transferi-la para o Rio.

"Eles me fizeram arrombar o apartamento da minha irmã atrás de exames que dissessem que ela não tinha nenhuma doença pré-existente. Como ela tinha passado por uma cirurgia de desvio de septo nasal no ano passado, tinha todos os exames. Escaneei e mandei para eles", diz a irmã de Natália, Barbara Duffles. Neste meio tempo, a família conseguiu uma vaga para ela no Instituto do Cérebro, no Rio, hospital de referência no assunto.

A AXA Assistance, empresa terceirizada que presta o serviço para a Visa, chegou a informar que o voo estava dentro do limite contratado (US$ 50 mil) na última quarta-feira (11), mas, de acordo com a família, cancelou a viagem. A seguradora pediu mais US$ 33 mil para encaixá-la em outro voo no mesmo dia - pagamento que foi aceito pela família - e também desistiu.

"No dia da viagem, a AXA sumiu. Depois veio com esse voo de US$ 83 mil. A gente nem tinha o dinheiro, mas autorizou porque queria a Natália aqui. Só que sem dar maiores explicações, cancelaram. Aí ela precisou ser operada às pressas", afirma Barbara. "Foi um desespero. A gente tentava resolver o problema e eles tratavam a minha irmã como um produto."

Na quinta, Natália passou por uma cirurgia de emergência que retirou parte do tumor. Seu pai viajou por conta própria para Cuzco assim que soube do problema. Já sua mãe teve a passagem para o Peru custeada pelo seguro na última sexta-feira (13).

A arquiteta teria o respirador retirado nesta terça-feira (17) e poderia passar a se comunicar com os pais, que disseram não ter recebido qualquer auxílio da Visa ou da AXA Assistance para custear a hospedagem na cidade andina.

Natália deve permanecer internada pelo menos por mais uma semana. A família recebeu garantias da AXA Assistance de que sua viagem de retorno ao Brasil, quando possível, será custeada pela seguradora.

A arquiteta e uma amiga tinham relatado dores de cabeça logo na chegada a Cuzco. Ambas acreditaram que era uma reação característica à altitude (cerca de 3.400 metros). No entanto, a amiga parou de sentir dores, enquanto as de Natália se intensificaram, levando a vômitos, diarréia, convulsão e coma.

A Visa informou que não vai se pronunciar sobre o caso. A operadora de cartões de crédito comunicou que é sua prioridade não violar a privacidade dos clientes. Procurada, a AXA Assistance também não se pronunciou.

Fonte: UOL