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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Jovem fica deformada após cirurgia plástica: 'Fui confundida com travesti'

Dona de casa de 25 anos teve problemas na região da barriga e nos seios.
Advogado de médico nega erro e diz que paciente não pagou toda cirurgia.


Uma dona de casa de 25 anos sofre até hoje com os resultados obtidos em uma cirurgia plástica realizada há um ano em uma clínica particular de Goiânia. Segundo a jovem, os resultados são “desastrosos”. Ela diz que a pele da barriga não foi retirada como deveria, o umbigo ficou deformado, a cintura, desproporcional e a prótese de silicone implantada nos seios cedeu. No entanto, ela aponta o excesso de pele na região pubiana como o principal problema: “Até com um travesti já me confundiram”.

A dona de casa reclama que o volume formado acima da vagina é motivo de constrangimento. “Ele [o médico] apenas esticou a pele da minha barriga para baixo e deixou um acúmulo no púbis. Agora, tenho que usar calcinhas de alta compressão para não parecer que eu tenho um pênis”, lamentou. Depois da cirurgia, a jovem disse que sua vida sexual também ficou comprometida: "Minha intimidade com meu marido praticamente foi arruinada. Não tenho coragem de tirar a roupa na frente dele".

Ela conta que acertou com o médico Gustavo Resende que seria submetida a uma abdominoplastia, cirurgia plástica que retira o excesso de gordura e flacidez do abdômen, e a colocação de implante de silicone nos seios. O procedimento foi realizado no dia 2 de julho do ano passado. Mas o cirurgião não teria realizado todo o procedimento. “Ele disse que eu não precisava retirar o excesso de pele e apenas fez a colocação dos implantes (335 mls em cada um) e uma lipoaspiração na região da barriga”, explicou a jovem ao G1.

O advogado do médico, Felicíssimo Sena, afirmou que, segundo o cliente, o procedimento aconteceu dentro dos padrões da normalidade. "Ela procurou o Conselho Regional de Medicina. Aí sim, me parece o órgão cientificamente adequado, competente para fazer essa análise. Este órgão julgará ao tempo certo, depois da devida instrução, se o procedimento foi satisfatório ou não foi satisfatório", declarou.

Resultados
A dona de casa relata ter percebido que os resultados não ficaram como esperado cerca de cinco meses após a cirurgia. “Só consegui visualizar o meu corpo deformado após um tempo, pois foi quando desinchei completamente”, lembra.

Entretanto, o pior problema, aponta, é ter um excesso de pele que ela diz já ter sido confundido com um pênis. "Em uma loja, uma vendedora pensou que eu era um travesti. Nada contra quem é, mas eu me senti muito mal de ser confundida com uma pessoa do sexo oposto, tudo em função de uma cirurgia mal feita. Estou traumatizada”.

A jovem, então, procurou o médico e ficou acertado que seria feita uma nova cirurgia reparadora. Porém, uma questão financeira atrapalhou a realização do procedimento. “A cirurgia custou R$ 11 mil. Paguei R$ 6.800 à vista e parcelei o restante em quatro vezes de R$ 1.050. Quando notei que o médico tinha destruído meu corpo, sustei o último cheque e comuniquei a ele. Falei que ia sustar porque não tinha ficado satisfeita com a cirurgia e só iria pagar quando ele me desse o reparo”, afirma.

Ao constatar o não pagamento da última prestação, o cirurgião teria se negado a fazer uma correção na paciente. “Eles me acusaram de ser caloteira e me mandaram procurar meus direitos. E foi o que eu fiz”, acrescenta a jovem.

Ela registrou uma queixa no 8º Distrito Policial de Goiânia e foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exames. No laudo, divulgado na terça-feira (23), o IML não aponta erro médico, mas constata que a mulher precisa passar por uma nova cirurgia.

O advogado da dona de casa vai entrar com uma ação na Justiça, pedindo que o cirurgião custeie o novo procedimento estético, como previsto inicialmente, em outra clínica, e pague indenização por danos físicos e morais.

Fonte: Globo.com