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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Lavrador morre após esperar 2 horas por atendimento, diz família no ES

Morador de Cachoeiro morreu na unidade se saúde Paulo Pereira Gomes.
Secretaria Municipal de Saúde diz que falta médicos no local.


Um lavrador morreu enquanto esperava por atendimento na unidade de saúde Paulo Pereira Gomes, em Cachoeiro de Itapemirim, região Sul do Espírito Santo, na noite deste domingo (24). Segundo a família, ele já aguardava há duas horas pelo médico quando teve complicações e morreu. A Secretaria Municipal de Saúde informou que havia apenas um profissional atendendo quando o lavrador chegou ao local, mas disse que está providenciando a a contratação de mais médicos.

O irmão do paciente, Clóvis Lima, explicou que ele chegou a unidade andando. "Uma mulher mediu a pressão dele e pediu que ficasse deitado em uma cama. Chamei a enfermeira umas dez vezes e falava que meu irmão estava morrendo, mas ela só me mandava esperar e falava que o médico já vinha. Na hora que senti que ele estava morrendo, a enfermeira e eu passamos ele para outro quarto, mas não deu tempo. Um médico apareceu e falei 'agora não precisa mais não, ele já está morto'", descreveu.

A família ficou desolada. O laudo emitido na unidade de saúde apontou morte por problemas no coração e dano neurológico. No momento que o lavrador aguardava atendimento, a unidade estava lotada. "Nem com um cachorro o tratamento seria assim, trataram meu irmão pior que um animal", disse Clóvis Lima.

O pintor Paulo Cézar de Almeida esperava um atendimento para a filha quando acompanhou o sofrimento do lavrador. "O senhor estava tremendo todo, com um cobertor enrolado, e cheguei a falar com e enfermeira que ele estava mal e podia falecer. Ela só me falou que o médico já estava com dois outros pacientes graves e que esse teria que aguardar", contou.

O secretário municipal de Saúde, Abel Santana Junior, explicou que ainda está levantando informações sobre o que ocorreu. "No caso específico do lavrador Sebastião, que faleceu nesse domingo, ainda não tenho em mãos a documentação necessária para que eu faça a análise do que realmente ocorreu. Recebi a informação de que ele chegou à unidade, recebeu o atendimento de triagem, mas não sei quanto tempo ficou esperando pelo próximo atendimento. Nesse tempo, ele teve complicações, uma parada cardiorrespiratória, foi tentada a recuperação, mas ele veio a óbito", disse.

Unidade lotada
A população já reclama sobre a demora no atendimento da unidade há um mês e a Secretaria Municipal de Saúde prometeu que resolveria o problema, mas a pensionista Davina Mazinho precisou esperar mais de seis horas por atendimento. "Cheguei às 15h no domingo e saí às 21h30. Só consegui atendimento porque fiquei um pouco agitada e me atenderam um pouco mais rápido", disse.

O secretário municipal de Saúde explicou que há falta de médicos no sistema de saúde pública de Cachoeiro de Itapemirim. "Temos o problema hoje, em Cachoeiro, de conseguir profissionais para a unidade Paulo Pereira Gomes. Nós temos que trazer profissionais de fora da cidade, contratá-los por um salário razoável, para que prestem atendimento. Existem plantões, como o desse domingo, que só havia um médico para prestar atendimento e foi um colega que eu trouxe de Itapemirim para fazer esse serviço. A secretaria está se organizando, conversando com o prefeito, pois precisamos achar uma solução rápida para que essa situação seja, pelo menos, minimizada", explicou.

Fonte: Globo.com