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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Inglês sofre ao internar a mulher, diagnosticada com Alzheimer aos 39 anos, mas encontra ‘diário secreto’ e descobre que fez a vontade da amada

“Na saúde e na doença”. O inglês Steve Boryszczuk cumpre como poucos os votos feitos na hora do casamento. Sua mulher, Michelle, foi diagnosticada com Mal de Alzheimer aos 39 anos, sendo uma das pessoas mais jovens do Reino Unido a enfrentar a doença. Alguns anos depois, logo após encarar a difícil decisão de interná-la ou não numa casa especializada, Steve encontrou orientações da esposa sobre como a família deveria lidar com o seu problema, e descobriu, por acaso, ter feito todas as vontades dela. As informações são do “Daily Mail”.

Hoje com 43 anos, Michelle Boryszczuk soube aos 28 que trazia o mesmo gene que causara o Alzheimer em seu pai, morto pela doença aos 46 anos. A partir de então, e por oito anos a fio, a britânica passou a manter uma espécie de diário secreto, onde escrevia sobre o mal que, fatalmente, viria a atingi-la mais tarde. Quando os sintomas começaram a aparecer, Steve chegou a abandonar o emprego como caminhoneiro para se dedicar exclusivamente a cuidar da mulher, e continuou a fazê-lo por quatro anos. Em novembro de 2011, no entanto, ela passou a ficar mais agressiva, obrigando o marido a refletir se deveria ou não transferi-la para outro local.

Michelle acabou sendo levada para uma instituição localizada em Louth, no condado de Lincolnshire. Com a casa vazia, Steve, de 47 anos, encontrou vários blocos preenchidos pela letra da esposa. O britânico até sabia que sua mulher havia estudado a fundo o Mal de Alzheimer, mas não que ela havia colocado tanta coisa no papel. A surpresa maior, contudo, veio ao ler de cabo a rabo todas as anotações.

Numa nota, intitulada “Depois do diagnóstico”, Michelle havia afirmado: “Eu não quero mudar de casa. Isso é muito ruim para uma pessoa com Alzheimer, muito desorientador, e pode causar uma grave deterioração no doente, pois os transporta para um ambiente com o qual eles não estão familiarizados”. Em outro trecho, contudo, a inglesa dava uma orientação clara: “Nos estágios mais avançados, eu gostaria de estar em uma unidade especializada ou num hospício”. Ou seja, tudo de acordo com as decisões tomadas por Steve.

- É um conforto saber que eu pude dar a Michelle o que ela queria, agora que ela já não pode me dizer por si só - disse o britânico, emocionado: - Depois que ela se mudou, eu sentei para ler todas as suas anotações e chorei. Ela tinha muito medo de ver a doença se manifestar após a morte do pai... Michelle ficou desesperada para encontrar tudo o que podia sobre esta condição e sobre como isso a afetaria.
No “diário”, Michelle também tentou enumerar alguns exercícios e métodos para retardar o desenvolvimento do Alzheimer. Sob o nome “Memória, os princípios e técnicas", ela escreveu: “Diga em voz alta onde você está pondo cada coisa. Existe uma razão para a qual você está colocando aquilo em um determinado local, e dizê-lo alto ajuda a corrigir isso em sua memória”. Outra parte: “Coloque um gancho especial para chaves ao lado da porta e as pendure assim que você chegar em casa”.

Steve e Michelle estão casados há 27 anos e têm dois filhos: Richard, de 26, e Graham, de 24. Tanto o pai quanto os jovens visitam a Sra. Boryszczuk quase todos os dias - o marido, na verdade, ainda passa horas ao lado dela diariamente. Os rapazes decidiram não fazer o teste genético que confirmaria ou não a suscetibilidade de ambos ao Alzheimer.

- Eu perdi Michelle há três anos. É difícil ver a pessoa que você ama se perdendo deste jeito e não poder fazer nada para impedir. Pensei que iria envelhecer ao lado dela, e que contaria aos nossos netos a história de como nos conhecemos, mas isso não vai acontecer. Tenho muitas saudades da minha esposa, mas preciso aceitar que ela se foi. Passo todos os dias com ela, mas não é o mesmo que tê-la em casa. Colocá-la em uma instituição foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer, mas chegou a um ponto onde eu não poderia mais cuidar dela da maneira adequada - contou o patriarca da família Boryszczuk.

Um dos trechos mais emocionantes das anotações de Michelle é quando ela fala sobre como quer que seja feito o seu funeral. O desejo da inglesa é simples: nada de tristeza. “Vejo como uma ocasião para celebrar a vida humana que se foi e para apoiar e consolar os vivos”.

- As pessoas pensam que o Alzheimer só afeta idosos, por isso estou compartilhando a história de Michelle: para ajudar a sensibilizar sobre os mais jovens que também sofrem desta doença - encerrou Steve.

Fonte: Extra